Na última quarta-feira (12), o ministro da economia, Paulo Guedes, disse em um discurso em Brasília que era bom o preço alto do dólar porque, quando a moeda americana custava menos, havia até “empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada”. A fala repercutiu negativamente, e o ministro tentou minimizá-la.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil tem mais de 6 milhões de pessoas trabalhando como domésticos. A maior parte são mulheres, que vivem na informalidade, sem leis trabalhistas a seu favor. Além disso, elas têm suas rotinas marcadas pela preconceito e desigualdade.
Depois do sucesso de Que Horas Ela Volta? (do qual falaremos em breve), mais um filme, também protagonizado por Regina Casé, vai mostrar a realidade dessas trabalhadoras: Três Verões, da diretora Sandra Kogut.
No filme, Edgar (Otávio Muller) e Marta (Gisele Fróes) formam um rico casal que, todo verão, entre o Natal e o Ano Novo, recebe amigos e família para festas em sua mansão à beira-mar. A responsável por organizar a casa e gerenciar os empregados é Madalena (Regina Casé), que sonha em comprar um terreno para que possa abrir seu próprio negócio. Ela acompanha de perto a decadência da família até o patriarca ser preso por estar envolvido em um esquema de corrupção.
Depois de ser lançado no Festival de Toronto, no Canadá, em 2019, e de ser exibido na Mostra de São Paulo e no Festival do Rio, Três Verões estreia nos cinemas em 19 de março.
Confira mais filmes que retratam a realidade das empregadas domésticas no Brasil e fora dele:
Que Horas Ela Volta?
Na obra de Anna Muylaert (2015), a pernambucana Val (Regina Casé) precisou se mudar do Nordeste para São Paulo, ficando longe da família, para conseguir dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica (Camila Márdila). Assim, tornou-se empregada e babá de Fabinho (Michel Joelsas), morando integralmente na casa de seus patrões.
A chegada de Jéssica à casa dos patrões da mãe, na intenção de se preparar para o vestibular, vai mexer com toda a estrutura da casa. A garota vai questionar as diferenças sociais e o preconceito e como eles ficam disfarçados em discursos de inclusão, como “a empregada é quase da família”.
Histórias Cruzadas
O filme de 2011 mostra o drama das empregadas negras nos Estados Unidos durante a luta pelos direitos civis em meados do século passado. Para tratar o contexto político e histórico, no entanto, a diretora Tate Taylor conta de maneira intimista as questões pessoais dos personagens, para ilustrar a dura realidade vivida.
Domésticas, o Filme
Cida (Renata Melo), Roxane (Graziella Moretto), Quitéria (Olivia Araújo), Raimunda (Cláudia Missura) e Créo (Lena Roque) são as personagens. Elas têm sonhos distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalham como empregadas domésticas. O filme dirigido por Nando Olival e Fernando Meirelles, de 2001, vai mostrar como elas, que moram dentro da casa dos patrões, vivem como se não estivessem lá.
Roma
O longa de 2018, dirigido por Alfonso Cuarón, se passa em 1970, na Cidade do México. Cleo (Yalitza Aparicio) trabalha como babá e empregada doméstica na casa de uma família de classe média, que tem de maneira silenciosa suas vidas controladas pela funcionária. Durante um ano, todos os moradores da casa são afetados por acontecimentos inesperados, passando por várias mudanças, tanto coletivas, como pessoais.
Doméstica
O diretor Gabriel Mascaro compilou em um documentário de 2012 cenas gravadas por sete jovens que gravaram durante uma semana o dia a dia de suas empregadas domésticas.
6 filmes que retratam a realidade das domésticas no Brasil e no mundo Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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