Você estudou o ano inteiro e o resultado dos seus estudos valeu a pena: conseguiu ser aprovado no curso que queria em uma ou mais universidades. Alguns estudantes prestam as provas já com as instituições dos sonhos em mente e sabem exatamente o que fazer quando encontram seus nomes em mais de uma lista de aprovados. Outros, passam a encarar um grande dilema e o momento, que deveria ser apenas de comemoração, torna-se uma fase conturbada e repleta de dúvidas: afinal, qual faculdade escolher?
Em casos assim, uma série de fatores precisam ser levados em consideração. Vamos ajudar.
“O aluno precisa, em um primeiro momento, olhar para a qualidade dessas duas universidades, comparando: há quanto tempo cada uma delas está funcionando, o histórico e a qualidade do curso que elas oferecem”, explica Leandro César Baldo, coordenador do Colégio Oficina do Estudante, de Campinas (SP).
Outros critérios também são relevantes, como a logística da sua futura rotina, pois, às vezes, as duas universidades estão na mesma cidade, mas com distâncias muito discrepantes da sua casa. Isso impacta diretamente nos custos de deslocamento e até na sua qualidade de vida (e de estudos).
Isso porque, além dos custos, dependendo da distância e do trânsito local, o estudante pode perder muitas horas úteis do dia se deslocando, seja por transporte público ou privado. “Nesse cenário, pode ser interessante estudar em um local mais próximo e aproveitar esse tempo ‘não perdido’ com Iniciações Científicas, estudos de outras línguas, projetos de extensão universitária e até atividades extracurriculares que possam agregar valor à formação do estudante”, afirma Fernando da Espiritu Santo, gerente educacional e de avaliações do Sistema Poliedro.
Segundo o especialista, o fator de reconhecimento acadêmico da universidade em rankings internacionais e o valor que o mercado oferece aos recém-formados da instituição são fatores que devem ser considerados pelo estudante. “Afinal de contas, apesar de estar entrando, o jovem também precisa avaliar a saída da universidade”, completa. Pense que independentemente do estudante desejar seguir carreira acadêmica (mestrado e doutorado) ou se for direto para o mercado, a faculdade será de extrema importância na hora de disputar vagas e bolsas de estudos e nos processos seletivos de estágio e trainee.
Vale a pena mudar de cidade?
Quando uma das faculdades é em outra cidade ou até em um estado diferente, existe um ponto crucial para ser avaliado: custo. “Algumas universidades até oferecem moradia estudantil e refeições subsidiadas, mas, ainda assim, diversos gastos passarão a ser individualizados, quando comparado com pessoas que continuam morando com a família durante a graduação”, diz Fernando. Ou seja, quem mora com a família e precisa se mudar vai ter que pensar nos gastos de passar a morar sozinho ou em república. E por aí vai.
Mesmo que a universidade seja pública, existem outros custos que fazem parte da vida de um estudante, desde alimentação durante o dia até a compra de livros e materiais para estudo. Tudo precisa ser colocado na ponta do lápis.
Não é só isso. Também é importante avaliar se o estudante está preparado para morar sozinho. É uma mudança grande e uma conversa com a família e com pessoas mais experientes pode ajudar na tomada de decisão.
Mas se o fator logístico e financeiro não for um problema, passamos novamente para os outros critérios: qualidade de ensino e reconhecimento do curso. “Se a faculdade fora da cidade dele for melhor e se ele tem condições de se deslocar ou de se manter lá, é muito importante que ele vá e faça a melhor”, diz Leandro.
Fatores pessoais
Segundo Fernando, como a realidade das pessoas pode ser bem diferente, é importante que o jovem estabeleça os seus critérios mais importantes em alinhamento com a sua família e pessoas de sua confiança, pois os fatores decisivos de cada um podem receber pesos diferentes. Também vale a pena avaliar o que o estudante pretende fazer com o ensino da faculdade. Leandro explica que se ele tem intenção de fazer pesquisa, seguindo a carreira acadêmica, deve verificar se essa universidade oferece esse tipo de possibilidade, com programas de mestrado, de doutorado, ofertas de bolsas de estudo etc.
Mas se o foco for o mercado de trabalho é importante pesquisar como um profissional formado por essa faculdade é avaliado e como é a demanda por esse tipo de profissional. Uma dica do especialista é procurar por rankings de avaliação, a própria nota do MEC e a classificação de institutos.
Passei em duas faculdades e estou em dúvida. E agora? Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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