Você já deve ter ouvido por aí que a redação do Enem é praticamente uma fórmula: se você cumprir todos os requisitos estipulados pelo exame, com certeza vai tirar uma boa nota. Se por um lado isso exige treino e estudo, por outro abre pouco espaço para correções infundadas ou critérios subjetivos. Ou seja, sabendo o que fazer, só vai depender dos seus estudos.
A fórmula da redação do Enem é composta por alguns elementos, conhecidos como as cinco “competências”. Cada uma delas vale de 0 a 200 pontos, divididos em grupos de 40. Ou seja, você pode tirar 0, 40, 80, 120, 160 ou 200 pontos. No final, as notas de cada competência serão somadas e o resultado será sua nota final na redação.
Para te ajudar a “gabaritar” todas as competências e conquistar a nota mil na redação do Enem, vamos te explicar o que é exigido em cada uma delas e, de quebra, sugerir alguns textos já publicados no GUIA sobre os assuntos.
Competência 1: norma culta
A primeira competência diz muito sobre o básico esperado dos candidatos em uma redação: que eles saibam escrever dentro dos padrões da norma culta. Isso significa que quanto mais erros ortográficos e gramaticais você cometer, mais pontos você perde aqui. Na norma culta, também não é aceito o uso de gírias e abreviações, então cuidado com o “internetês” e com palavras usadas na linguagem oral do dia a dia.
Por fim, aí vão três dicas para mandar bem nessa competência:
- Revise conteúdos básicos de acentuação, pontuação e as dúvidas mais recorrentes de ortografia;
- Tome cuidado para não usar termos da linguagem coloquial;
- Se estiver em dúvida sobre a ortografia ou a aplicação de alguma palavra na hora da prova, escolha um sinônimo ou substituto, mas não arrisque escrevê-la errado!
Competência 2: entenda a proposta
Essa competência é um pouco mais ampla que a primeira. O texto do edital diz que, para alcançar os 200 pontos, o candidato deve “compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo”.
O que isso significa na prática? O corretor vai avaliar se você entendeu a proposta e soube desenvolvê-la em um texto dissertativo-argumentativo, que é o gênero textual exigido no Enem (por sinal, uma das competências é voltada especificamente para a análise do seu conhecimento sobre ele).
Ou seja, aqui você precisa demonstrar que conseguiu, por meio dos textos de apoio e da proposta, entender do que se trata o tema. Parece simples, mas muitas pessoas acabam se enrolando em temas mais específicos, como foi a proposta do Enem 2017 sobre “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil“. Neste caso, era muito fácil fugir do tema, falando, por exemplo, da acessibilidade em outros ambientes que não fossem o escolar. A dica aqui é ler com muita atenção o tema proposto!
Competência 3: argumentação
Na terceira competência, os holofotes se voltam para sua argumentação. Os corretores querem saber se você sabe “selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista”.
Aqui, você precisa mostrar que baseou seu ponto de vista em fatos, por meio da apresentação de dados, exemplos e outras informações que te ajudem a construir uma boa argumentação. A veracidade dessas informações também será avaliada, então não vale inventar números, citações ou tentar enrolar o corretor. Além de tudo, sua linha de pensamento tem que ser fluida e fazer sentido — as famosas coerência e coesão, que serão avaliadas também na competência seguinte.
Competência 4: modelo dissertativo-argumentativo
A quarta competência é global e avalia o texto de uma forma geral. Os corretores querem saber se todo seu texto mantém uma linha de raciocínio lógica (seja de forma mais pontual entre as orações, ou mais geral entre as ideias do texto). Além disso, aqui é o momento de demonstrar que você sabe construir um texto no molde dissertativo-argumentativo.
A boa notícia é que a estrutura desse gênero é bastante simples: basta dividir a redação em três partes principais. Na primeira, a introdução, você dará o contexto do assunto e apresentará sua tese sobre o tema. Atenção: tese e tema não são a mesma coisa! A tese apresenta o seu posicionamento sobre o tema, que você defenderá por meio de argumentos na segunda parte.
Essa segunda parte (que pode ser desenvolvida em até dois ou até três parágrafos curtos) é chamada de desenvolvimento. Chegou a hora de mostrar por que sua tese é válida por meio de dados, exemplos e outras informações que ajudem a construir bons argumentos.
Por fim, você vai concluir seu texto no último parágrafo, retomando sua tese e apresentando uma proposta de intervenção para agir sobre o problema colocado. A proposta de intervenção é tão importante que a última competência é voltada só para ela!
Competência 5: proposta de intervenção
A conclusão da redação do Enem é um pouco diferente da exigida nos outros vestibulares, que pedem apenas que você retome sua tese e confirme a argumentação. Aqui, você precisa oferecer uma proposta de intervenção para agir sobre o problema colocado, diminuindo seus efeitos ou até o eliminando.
Para atingir uma boa nota nessa competência, você precisa pensar em uma solução realmente prática e efetiva: quais setores da sociedade precisam ser mobilizados? Como as iniciativas para a mudança serão financiadas? Como essas iniciativas serão postas em prática? Que resultados pretende-se alcançar com isso? Para entender melhor como montar uma boa proposta de intervenção, vale ler um texto que já publicamos aqui no GUIA só sobre este assunto.
E aí, preparado para sua nota mil na redação do Enem?
Enem: como tirar nota máxima nas 5 competências da redação Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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