O Ministério da Educação (MEC) aprovou o oferecimento de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância em todas as faculdades do país. A portaria que autoriza a modalidade foi editada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) responsável também pela concessão de bolsas de pesquisa.
Existem, no entanto, algumas restrições à aplicação da modalidade. O requisito geral é que as instituições que desejam implementar a pós stricto sensu EaD precisam ter no mínimo nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos) do MEC. Além disso, pesquisas realizadas em laboratórios, por exemplo, precisarão continuar sendo feitas presencialmente, assim como seminários. A diferença é que agora eles não precisarão ser realizados apenas na sede da instituição, mas também em polos a distância espalhados em outros locais.
Alguns especialistas veem a medida como uma forma de democratizar o acesso a esses cursos, como Celso Niskier, diretor-presidente da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior). Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele afirmou que a oferta deve atingir especialmente a área da educação. “Os professores da rede pública do país querem se qualificar em nível de mestrado, mas muitos, até por causa do trabalho, não podem se deslocar de suas cidades. Há uma demanda reprimida”.
Os críticos, no entanto, entendem que as limitações de um ensino a distância, como a falta de contato com o ambiente universitário e da infraestrutura necessária, como uma biblioteca, prejudicam o aprendizado. “Há um conjunto de elementos que se perdem e teriam de ser compensados de alguma forma, o que exigiria um custo até maior que o dos programas presenciais”, afirmou também à Folha o presidente da Adusp (Associação de Docentes da USP) Rodrigo Ricupero. A portaria já entra em vigor a partir do primeiro semestre do ano que vem.
Faculdades poderão oferecer mestrado e doutorado a distância Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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