Servidora concursada do Supremo Tribunal Federal (STF), Sandra Ribeiro ocupa a posição de técnica judiciária há doze anos. Ela revela que há muito trabalho no órgão, mas que os servidores têm autonomia para realizá-lo. “Existem muitos processos em andamento. Você faz um e aparecem mais três. Não é um trabalho que acaba. Apesar de alguns gabinetes terem cotas de processos por semana, podemos fazer o trabalho no nosso ritmo”, aponta.
Ela opina que existe muita burocracia no serviço público, mas informa que o STF investe em estudos de mapeamentos de processos para melhorar o fluxo de trabalho. “Deveria ser mais simplificado, o processo às vezes é longo porque precisa passar por vários setores e isso demora. Mas o estudos tentam melhorar e diminuir o tempo”.
Outras vantagens e desvantagens da carreira pública
Trabalhando sete horas diárias, Sandra revela certa flexibilidade nos horários. “Às vezes eu acabo ficando a mais, mas posso sair um pouco mais cedo no outro dia. Quando precisamos resolver algum assunto pessoal, não há problema. No outro dia compensamos as horas”, afirma.
Ela ainda afirma ser capaz de fazer transição lateral, por conta de sua formação em direito e administração, e por ocupar um cargo técnico. “São trabalhos diferentes e eu posso trocar, mas um analista, por exemplo, não consegue”, explica. Sandra finaliza indicando a estabilidade e a capacidade de fazer planejamento financeiros e de férias os grandes atrativos do serviço público.
Com uma carreira de dez anos no Senado Federal, Kellen Rechetelo é alocada no Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) do órgão como jornalista terceirizada. Ela afirma não haver desvantagens no serviço público. “Existe uma preocupação muito grande com o bem-estar do servidor e se ele está satisfeito. Eu faço o que gosto e acredito na instituição. É um trabalho que dá prazer, porque você é valorizado e sente que faz a diferença”, pondera.
Como terceirizada, a jornalista indica que não há perspectiva de crescimento. “Eu não poderia ir para outro departamento porque tenho função específica, então mudar seria desvio de função. É um trabalho um pouco burocrático porque depende de ordens de cima, não posso fazer por livre vontade. Temos que publicar o que eles demandam e seguir o regimento interno”, explica.
Coordenadora comissionada do Ministério da Justiça, Natália Reis possui uma rotina mais corrida. “O cargo de comissão, para além da confiança, é uma função que é muito exigida, dependendo da área. Você está à disposição em período integral e tem que estar sempre disposto a se superar e se reapresentar como uma pessoa proativa e capaz. É interessante porque você não se acomoda”, avalia.
Ela analisa que o serviço público, em geral, tem tido ações que visam desburocratizar alguns processos. “O Sistema Eletrônico de Informação (SEI), por exemplo, ajudou muito na atualização processual e ter processos elaborados e em andamento de maneira mais rápida. Acho que estamos a caminho de nos tornar tão dinâmicos quanto a iniciativa privada”, opina.
Sobre ascender no serviço público, Natália revela que depende muito da desenvoltura do servidor. “É um mundo muito dinâmico, que muda toda hora. Você tem que estar ativo e atento. É preciso se mostrar um passo à frente. Mas por mais que tenhamos autonomia de atuação, temos um limite de ter que nos reportar a um superior. Mas em qualquer área você tem uma hierarquia”, observa.
Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.
Pensa em seguir uma carreira pública? Vantagens e desvantagens do setor Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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