Nesta segunda (13), os estudantes que concorrem a uma vaga na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encararam o segundo dia de provas da Unicamp 2020. Foram seis questões de Matemática, duas de Ciências da Natureza e duas de Ciências Humanas (interdisciplinares), além de 12 questões específicas de acordo com a área escolhida.
Assim como no primeiro dia da segunda fase, segundo Vitor Ricci, coordenador do Curso Poliedro Campinas, a Unicamp trouxe mais uma vez uma prova coerente e atualizada para os vestibulandos.
Ele explica que a Unicamp é uma prova política, ligada com questões ambientais e sociais. “Nós tivemos, por exemplo, questões abordando a tragédia em Brumadinho e o desastre ambiental que ocorreu na região”, diz.
Diferente da prova de domingo, o segundo dia teve um nível de dificuldade muito maior. Segundo o coordenador, tanto as interdisciplinares quanto as específicas estavam com uma exigência muito maior do que a Unicamp costuma cobrar. “Eram questões mais elaboradas, que exigiam tempo para interpretar os enunciados e para as resoluções. Como é a primeira vez que os alunos estão encarando esse novo modelo, talvez o tempo tenha sido o maior desafio para conseguir terminar a prova sem deixar nada em branco”, explica.
O diretor-pedagógico da Oficina do Estudante, Antunes Rafael dos Santos, afirma que, de forma geral, foi uma prova que procurou, mais uma vez, trazer uma proximidade do assuntos cotidianos, da contemporaneidade do candidato, para as questões.
Matemática
Segundo Viktor Lemos, coordenador do Anglo Vestibulares, foi uma prova tradicional. “A Unicamp manteve o nível de dificuldade dos anos anteriores, foi bastante conteudista e pouco contextualizada”, diz.
Em relação aos conteúdos cobrados, ele explica que foi uma prova pouco abrangente, pois assuntos muito importantes, como análise combinatória, probabilidade e logaritmo não foram abordados.
Antunes Rafael dos Santos acrescenta que não foi uma prova tão extensa ou trabalhosa, considerando que deveria ser feita por todos os candidatos.
Interdisciplinares
O candidato teve que resolver quatro questões interdisciplinares independente da carreira pretendida: duas de Ciências Humanas e duas de Ciências da Natureza.
Nas questões de Ciências Humanas, a interdisciplinaridade ocorreu de uma maneira mais sólida, segundo Lemos. Já nas questões de Ciências da Natureza, a interdisciplinaridade ficou um pouco aquém do que se esperava, mesclando pouco a disciplinas. “Mas é uma prova muito boa, essas quatro questões conseguem colocar os candidatos de todas as carreiras em diferentes situações e avaliar a capacidade interpretativa e analítica dos candidatos”, diz.
Química
Segundo Santos, foi uma prova bem elaborada, com questões contextualizadas e técnicas. “A prova inteira procurou aproximar a química do cotidiano do estudante, que precisava dominar a matéria para conseguir realizá-la”, afirma.
Lemos afirma que o nível de dificuldade da prova foi considerado alto, o que já é uma tradição da Unicamp na prova de Química. “Foi uma prova bastante analítica, então o conteúdo era importante, mas a banca também queria que o candidato usasse esse conteúdo como uma ferramenta para resolver problemas”, diz.
Física
Os alunos que fizeram a segunda fase para cursos de ciências exatas encararam assuntos clássicos de física – como cinemática, hidrostática, elétrica, calorimetria e ótica. E todas as questões procuravam de certa forma contextualizar o candidato sobre esses assuntos.
“O estudante apenas replicador de conteúdo não terá sucesso nessa prova. Ele precisa entender a Física, mas também usá-la mais como um instrumento para resolver problemas, interpretar gráficos e informações”, explica Lemos.
Geografia
Teve um nível intermediário de dificuldade, houve um equilíbrio das questões de Geografia do Brasil e Geografia Geral, cobrou muito a análise de mapas e gráficos, e o candidato precisava estar antenado sobre o que está acontecendo no mundo.
A prova cobrou diversidade de assuntos bem contemporâneos, como o separatismo de Hong Kong e a exploração mineral do continente africano, segundo Santos.
História
“As provas para os que prestaram Ciências Humanas trouxe história com questões interdisciplinares muito bem estruturadas. Contemplou assuntos do Brasil contemporâneo e o impacto das notícias veiculadas pelas mídias digitais, abordando o conceito de shit store, e uma envolvendo o negacionismo histórico,ou seja, o impacto na sociedade quando se nega fatos históricos, como a existência do Holocausto, por exemplo”, diz Santos.
Biologia
Santos explica que a prova exigia uma boa preparação dos candidatos para resolvê-la. “Pediu definições muito abrangentes e comandos pouco assertivos– o que pode ter trazido certa dificuldade para o estudante”, diz. Já os assuntos cobrados foram clássicos: evolução, parasitologia e impacto do ser humano nos ecossistemas.
Unicamp tem questões trabalhosas e exige organização com o tempo de prova Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/
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