sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Segunda fase da Unicamp: como as obras obrigatórias devem aparecer

A segunda fase da Unicamp será realizada no próximo domingo (13) e na segunda-feira (14). No primeiro dia, além da redação, que tem um peso grande na nota, os candidatos se preocupam com mais um ponto importante neste vestibular: as obras obrigatórias.

Marcada pela sua lista ampla e diversificada de obras, a prova de Literatura da instituição é complexa. “A primeira fase já apresentou um grau de dificuldade grande. Aí os alunos me perguntam: ‘a segunda vai ser mais fácil então?’ ‘Não!’”, aposta Carlos Rogério, professor de Literatura do curso Poliedro e secretário-geral da União Brasileira de Escritores. 

 

 

Segundo o professor, a Unicamp faz na segunda fase um dos vestibulares de Literatura mais difíceis, mas, ao mesmo tempo, tem a banca examinadora que mais oferece recursos para o candidato se preparar. A Comvest, por exemplo, divulga o gabarito oficial das provas em seu site. “Uma boa maneira de estudar é rever as questões dos anos anteriores com o gabarito oficial. O candidato não pode perder a chance de ler a própria banca respondendo a questão”, aconselha Carlos.

Outro recurso legal é a divulgação de livros da lista com comentários de especialistas, publicados pela própria editora da Unicamp, como é o caso de Sermões de Quarta-feira de Cinza, do Padre Antonio Vieira, organizado por Alcir Pécora.

Peculiaridades

A lista de obras obrigatórias do vestibular 2020 da Unicamp, como de praxe, apresentou diversidade de gêneros, incluindo um álbum de música, o Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs. “É um pouco misterioso como a Unicamp vai pedir o álbum na segunda etapa. Na primeira fase, uma relação entre o conteúdo das letras das músicas e dos elementos visuais da capa e contracapa do álbum. Foi uma questão difícil”. É sempre importante lembrar que o pressuposto do vestibular é que o candidato tenha um vasto repertório de leitura.

Além da diversidade, outra característica da lista são as obras mais atuais, como o já citado Sobrevivendo no Inferno (álbum da década de 1990) e Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, publicado na década de 1960. Nesses casos, Carlos explica que questões sobre a escola literária não são tão relevantes, já que esses conceitos perdem força em obras mais recentes.

Uma tendência são perguntas que exijam do aluno estabelecer uma relação entre as obras e os eventos históricos da respectiva época. “A Cabra Vadia, de Nelson Rodrigues, por exemplo, é todo com crônicas, publicadas ao longo do ano de 1968. Percebe-se o ambiente que precede o AI-5. Tem cheiro de contexto histórico”.

 

 

Estilo de prova

Assim como a Fuvest, são aplicadas “questões analítico-interpretativas”: aquelas que a prova apresenta um trecho curto, que, analisado a fundo, funciona para falar da estrutura geral da obra. Dessa forma, não basta fazer uma leitura superficial do texto. “O estudante deve reconhecer no texto literário as características da obra, não se restringir naquelas listas de tópico dadas pelos professores”, alerta Carlos.

O professor ainda relembra que a prova de redação da Unicamp, aplicada no primeiro dia, também é diferente e exigente. Por isso, o equilíbrio do tempo é fundamental para fazer um bom texto e mandar bem na prova de Literatura.

 

 

Segunda fase da Unicamp: como as obras obrigatórias devem aparecer Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/



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