Como de praxe na Fuvest, as questões da primeira fase envolvendo as obras literárias foram diversas e exploraram aspectos diferentes em cada questão, como o conhecimento do enredo e do contexto histórico de produção do livro. Mas e na segunda fase? Como a literatura obrigatória vai ser cobrada?
Carlos Rogério, professor de Literatura do curso Poliedro e secretário-geral da União Brasileira de Escritores, prepara os candidatos para questões mais complexas do que as da primeira etapa. “Como se trata de uma prova escrita, na segunda etapa as questões são mais abertas. Isso permite que a banca avaliadora faça perguntas mais reflexivas”.
Apesar de questões que abordam o enredo terem histórico na prova, a maior tendência, segundo o professor, são as “questões analítico-interpretativas”. São aquelas que a prova apresenta um trecho curto, que analisado a fundo, funciona para falar da estrutura geral da obra. Ele exemplifica: “O Angústia, do Graciliano Ramos, tem uma estrutura de idas e vindas no passado, distante e no mais próximo. Eles poderiam pegar um pequeno trecho para o candidato identificar essa dinâmica temporal que se apresenta no livro todo”.
É mais do que recomendável que o participante conheça bem todos os livros obrigatórios, já que é possível aparecerem questões de intertextualidade. Além disso, ele não deve se aprofundar apenas no enredo das obras, mas conhecer também o estilo dos autores.
Outra informação importante é como as escolas literárias aparecem na segunda fase. O professor Carlos Rogério explica que as questões sobre escolas literárias são sempre atreladas às obras da lista. “Não vai ter um enunciado como ‘cite as três principais características do Romantismo’. O que eles podem cobrar é como determinada obra apresenta as características do movimento literário”. Um exemplo é uma pergunta para abordar sobre o uso da antítese nos Poemas Escolhidos de Gregório de Matos, aspecto que marca o movimento barroco.
“O conhecimento das características da obra literária só é útil se ele for aplicável à leitura dos fragmentos da obra”, acrescenta.
Com essas tendências e peculiaridades da prova em mente, e com ajuda do professor, separamos boas dicas para os candidatos aderirem antes e durante a prova de literatura da segunda fase da Fuvest:
Saiba como se preparar
O estilo de pergunta não tem grandes mudanças de um ano para o outro. Então, sim, vale estudar as provas anteriores. Mas, para agregar ainda mais, analise as resoluções dessas questões no site de cursinhos de confiança. Nessa reta final, combine a leitura de resumos, com os trechos comentados das obras analisadas (já que a segunda fase apresenta fragmentos dos textos das obras), além de reler as anotações das aulas de literatura.
Que tal revisar também pelo “Marca Texto”, o podcast de literatura do Guia do Estudante?
Fique atento aos livros novos na lista
Em 2019, três livros novos entraram na lista obrigatória: Poemas Escolhidos do Gregório de Matos, Angústia, de Graciliano Ramos, e Quincas Borba, de Machado de Assis. Como eles ainda não foram explorados em uma segunda fase, existem muitos pontos que a banca pode questionar.
Cuidado com a redação da resposta
Além do conteúdo, a redação da resposta tem muita importância para mandar bem na prova. Responda as questões de forma clara, objetiva e organizada. Vá direto ao ponto da pergunta e foque no que foi pedido, você pode enrolar e acabar se perdendo nos argumentos.
Planeje seu tempo de prova
Atenção: a organização do tempo vai fazer toda a diferença para o seu exame. Além das quatro de literatura, são seis questões de Língua Portuguesa para serem redigidas, fora a prova de redação. Então, crie uma estratégia, pensando nos seus pontos fortes e nas maiores dificuldades.
Boa prova!
Como as obras obrigatórias da Fuvest devem aparecer na segunda fase Publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br/